sábado, 23 de abril de 2016

LÁPIS COR DE PELE

Talvez ninguém leia o depoimento abaixo, mas vale a reflexão...
LÁPIS COR DE PELE
Em uma manhã comum de segunda-feira, em uma das aulas de pintura, percebi os alunos um pouco alvoroçados, passeando de mesa em mesa na tentativa de obter algo que não estava compreendendo. Neste momento, parei e comecei a observar mais atentamente o que estava acontecendo. Como é comum, percebi meus alunos em uma busca frenética pelo lápis "cor de pele" se referindo a um tom rosado ou bege.
Naquele momento, procurei somente observar para ver até onde iria essa situação, foi quando um aluno do outro lado da sala me perguntou: "Professor, o senhor tem lápis cor de pele?
Foi a oportunidade que estava esperando...De imediato selecionei alguns alunos e os chamei à frente de minha mesa. Os alunos ficaram intrigados no porquê apenas não respondi a pergunta e o porquê estava chamando alguns alunos da classe.
Neste momento, retornei a pergunta ao aluno: "Que cor de pele você quer?" Apontando para os alunos que selecionei.
Na ocasião, havia selecionado alunos que apresentavam cores de peles diferentes para explicar aos alunos que não existe somente uma "cor de pele".
Para completar a lição, peguei o tal lápis cor de pele e comecei a comparar com o tom de pele de cada aluno, a qual não batia com a cor de nenhum deles. A reação dos alunos foi espetacular, ficaram surpresos com a descoberta e começaram a escolher os lápis que mais se adequavam às suas cores.
A partir desse dia, os desenhos dos alunos em que apareciam seres humanos começaram a apresentar os mais diversos tons de pele possíveis. E quando alguém soltava sem querer um "empresta a cor de pele" todos perguntavam em coro "MAS QUAL COR DE PELE?"
A lição ficou gravada na mente das crianças e acredito que a valorização das diferenças será transmitida por gerações.
Prof. André Cursino

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